O cultivo de uvas na Região Trá-Os-Montes existe há séculos. Desta forma, está intrinsicamente ligada a fatores culturais e econômicos da comunidade que vive na região.
A região Trás-Os-Montes está situada ao norte do rio Douro, em uma zona de montanha onde o solo é essencialmente granítico. O cultivo de uvas na região existe há séculos. Desta forma, está intrinsicamente ligada a fatores culturais e econômicos da comunidade que vive na região.
Aqui as vinhas precisam de força para fazer suas raízes viajarem por entre o solo característico, se expressando a seguir em vinhos de aromas e sabores peculiares.
As vinhas velhas, por exemplo, revelam a peculiaridade da qualidade, reconhecida, dos vinhos produzidos com as uvas da Região Trás-Os-Montes.
Então agora, convido você a conhecer as principais e mais importantes uvas brancas e tintas produzidas à séculos na região trás-os-montes.
A uva Côdega do Larinho da é Nativa do extremo noroeste de Portugal, no entanto foi trazida para o norte e é amplamente cultivada Região Trás-Os-Montes. É de produtividade média, e os cachos são grandes e compactos com bagos medianos arredondados.
Por outro lado, a maturação é média. A cor dos grãos é amarelada, e apresenta casca medianamente espessa, com polpa suculenta e sabor peculiar.
Além do mais, a baixa acidez e nível de açúcar mediano, proporciona vinhos equilibrados e de boa estrutura, muito marcados pelo caráter da fruta.
Contudo, os vinhos elaborados a partir da Côdega do Larinho apresentam coloração citrina, e aromas complexos de frutas tropicais e florais. Em boca mostra acidez moderada, e também, apresenta um excelente perfil aromático e persistente.
Enquanto isso, a variedade Fernão Pires é uma das uvas brancas mais cultivadas da Região Trás-Os-Montes, bem como em todo Portugal.
No entanto, é nas regiões do Tejo, Lisboa e Bairrada que assume maior protagonismo. É importante frisar que, na região da Bairrada a Fernão Pires é conhecida pelo nome Maria Gomes
Entretanto, na Região Trás-Os-Montes, ela é versátil e de elevada produtividade. E também, a maturação é precoce e rica em compostos aromáticos, o que a torna popular. Contudo, por sua plasticidade, é utilizada tanto para vinhos varietais quanto para vinhos de lote.
Além disso, é propícia a espumatização e vindima em colheita tardia, para elaboração de vinhos de sobremesa. Como resultado, os vinhos tendem a ter aromas cítricos de tangerina, lima, limão e laranjeira, além de ervas aromáticas e rosa.
Geralmente, os vinhos portugueses são combinações de duas ou mais uvas, e os produzidos com a uva Fernão Pires não são exceção. Por isso, a casta aparece nos rótulos dos exemplares, normalmente, ao lado de outras cepas nativas de Portugal, como a Arinto.
A uva Gouveio tem cachos médios e compactos, que produzem uvas pequenas de cor verde-amarelada e é encontrada em diferentes regiões vinícolas de Portugal.
Contudo, a Gouveio é naturalmente rica em ácidos, o que consequentemente, proporciona vinhos frescos e vivos, com acidez firme e boa graduação alcoólica.
Além disso, os vinhos provenientes da uva Gouveio, da Região Trás-Os-Montes, são bem estruturados de bom corpo, com aromas cítricos e frescos. Além da presença de anis e pêssego, .
Como resultado, vinhos apresentam com ótima estrutura e boas condições para ter um envelhecimento tranquilo em garrafa.
Certamente, a uva Malvasia Fina é uma variedade muito antiga. Pois registros demonstram que já era cultivada em Portugal durante o século XVI. E hoje amplamente cultivada na região Trás-Os-Montes.
Contudo, não se sabe bem ao certo quanto a origem da Malvasia Fina, mas acredita-se que pode ter sido a antiga Grécia ou Roma.
A variedade tem cachos com tamanho médio e bagos de coloração verde-amarelada.
Contudo, os vinhos oriundos dessa variedade, pronunciam em nariz e boca, melado, cera de abelha, noz-moscada e uma leve tosta, mesmo que o vinho não tenha passado por barrica.
É uma casta propícia para vinhos de lote, e por ser de amadurecimento precoce nas regiões com temperatura moderada, também serve como base para espumantes.
A uva Ribagato é uma variedade autóctone do Douro, é cultivada em todo o Douro Superior, assim como na Região Trás-Os-Montes. Comumente é usada em cortes com a Viosinho, Golveio e Verdelho.
Entretanto, nas melhores localizações, poderá ser vinificada como varietal, oferecendo notas aromáticas de acácia e flor de laranjeira, sensações vegetais e surpreendente mineralidade.
Origina vinhos de acidez vivaz e equilibrados, com boa graduação alcoólica, frescos e estruturados.
A uva Síria precisa de tempo seco, muito sol e boas diferenças de temperatura entre dia e noite para que se expresse com todo seu potencial.
E é o que ela encontra na Região de Trás-Os-Montes, que conta com um ambiente continental, nas bordas da fronteira com a Espanha, longe da influencia do Atlântico.
É uma variedade de boa produtividade, apresenta cachos e bagos pequenos. E também destaca-se aromas primários expressivos.
Os vinhos se a apresentam da apresentam com seu potencial de acidez marcante, aromas cítricos da uva Síria. Mas em outros casos destaca-se os aromas frutados como melão com um toque floral.
É importante frisar, que os vinhos originários desta casta devem ser consumidos jovens, pois tendem a oxidar rapidamente.
A variedade Viosinho da Região Trás-Os-Montes tem a pele clara e é de excelente qualidade, de génese transmontana.
A Viosinho apresenta cachos e bagos pequenos, a maturação é precoce, muito sensíveis ao oídio e à podridão, por isso em climas quentes e soalheiros tem sua melhor expressão.
A uva Viosinho é apropriada para elaboração de vinhos do porto, como também para os vinhos mais tranquilos. porém, é de baixa produtividade, o que talvez explique sua baixa popularidade.
A variedade é pouco aromática. Apesar disso oferece um excelente equilíbrio entre açúcar e acidez, o que proporciona vinhos de boa estrutura, encorpados e ricos em álcool.
Assim sendo, oferece propriedades com maestria aos vinhos de lote, pois acrescenta, sabores frutados e florais, como os de ameixa, pêssego e cereja.
Os vinhos elaborados com a uva Viosinho são bem estruturados e potentes, no entanto, pouco frescos e sem vigor. Por isso, é utilizada para cortes, onde é capaz de transferir boa acidez e riqueza aromática, que por vezes lhe parecem faltar.
A principal característica da uva Bastardo é a precocidade. A maturação tem início cerca de 15 dias antes de qualquer outra variedade da região de Trás-Os-Montes.
Assim, apresenta um alto nível de açúcar residual, o que permite uma elevada graduação alcoólica e baixa acidez nos vinhos.
Também, é importante destacar os aromas dos vinhos oriundos da uva Bastardo, pois são muito característicos, e lembram frutas silvestres.
A Bastardo da Região Trás-Os-Montes, pela sua estrutura, permite que os vinhos envelheçam bem, evoluindo, ganhando aromas complexos e profundos como: fumo, café, erva seca, ameixa passa e tabaco.
Com o passar dos anos é comum surgirem aromas amadeirados, mesmo que estes nunca tenham passado por barrica.
É importante lembrar que podemos encontrar a variedade Bastardo com outras nomenclaturas. Na França, por exemplo, mais precisamente na região de Jura – Leste francês – entre a Suiça e a Bourgonha, a uva Bastardo é conhecida com Trousseau. Assim como, na Espanha que é conhecida pelo nome Merenzau.
Originária da península Ibérica, a Tinta Roriz é uma das principais uvas tintas da Região Trás-Os-Montes.
Em outras regiões essa importante variedade pode ser encontrada com outras nomenclaturas, como por exemplo, na região do Alentejo, é conhecida como Aragonez.
E também, na Espanha a variedade da Região Trás-Os-Montes é conhecida por várias outra nomenclaturas.
Como por exemplo: Concibel em Castilla-la-Mancha, Tinto Fino nas regiões de Extremadura, Castilla-la-Mancha, Ribera del Duero.
Parece que em cada região que a encontrar poderá levar um nome peculiar; E segue Ull de Llebre na Catalunha, Tinta del País em Ribera del Duero, Tinta del Toro na região de Toro e Araúja na Galiza.
É uma uva cheia de personalidade com potencial para dar origem a vinhos bem estruturados, de aromas intensos, que lembram frutas vermelhas. E mais, bom equilíbrio entre acidez e álcool, complexo e muito agradável ao paladar. Sendo a uva mais indicada para a produção do vinho do porto.
A Touriga Nacional tem no terroir português sua melhor expressão. Assim como, também, na Região Trás-Os-Montes. Então, certamente a Touriga Nacional é uma das uvas mais apreciadas e elogiadas de Portugal.
Desta forma, está amplamente disseminada por várias regiões vitivinícolas do país.
Sua nobreza tem origem nas terras da região do Dão, porém, há tempos seu cultivo ganhou importância em todo o território português.
A Touriga Nacional possui pele grossa e é rica em matéria corante a qual transfere aos vinhos. Como resultado, os vinhos apresentam cores intensas e profundas, além do mais, são ricos em aromas primários.
Ao mesmo tempo, apresenta aroma floral e frutado, com intensidade e explosão.
A versatilidade da Touriga Nacional da Região Trás-Os-Montes, permite a produção de diversos vinhos, sempre elegantes.
Se destaca o bom teor alcoólico, uma perfeita concentração de cor e aromas complexos, além de taninos finos e intensidade de sabores.
O potencial de guarda dos vinhos produzidos com a Touriga Nacional são excelentes, evoluem com grande desenvoltura em garrafa.
Por outro lado, o estágio em barrica de carvalho, melhora sua estrutura e qualidade aromática. Desta forma, deixa os taninos redondos rapidamente, o que torna os vinhos prontos em pouco tempo.
A uva Touriga Franca, da Região Trás-Os-Montes, possui cachos que podem variar entre médios e grandes, os bagos arredondados.
Originária do cruzamento natural entre a uvas Touriga Nacional e a Marufo (Mourisco Tinto), mas hoje se destaca entre as regiões vitícolas de Portugal.
A Touriga Franca é um dos pilares estruturais dos loteamentos tintos do Douro, e também está entre as cinco uvas recomendadas para produção de vinho do porto.
Assim, a variedade Touriga Franca dá origem a vinhos de cores vibrantes, bem estruturados e elegantes com aromas florais como rosa e esteva e notas de frutos silvestres.
Os taninos são firmes mas aveludados contribuindo para o potencial de envelhecimento dos blends, geralmente combinados com a Touriga Nacional e Tinta Roriz.
A Touriga Franca faz parte da elaboração de vinhos renomados, como o Graham’s 90 years old Tawny. “Vinho do Porto” elegante e sofisticado, marcado pelo enorme frescor em boca.
A uva Trincadeira é uma cepa de raiz lusitana muito bem adaptada na Região Trás-Os-Montes, bem como no Alentejo, onde é muito presente.
Conhecida também como Trincadeira Preta e Tinta Amarela, ela está presente principalmente nas regiões viníferas de Portugal.
A variedade apresenta cachos médios e compactos com bagos pequenos e uniformes, bem redondos e de cor negro azulada.
Contudo, a Trincadeira deve ser colhida no seu estado ideal de maturação, para que se expresse com todo seu potencial.
Produz vinhos com bom equilíbrio entre acidez e álcool. Contudo, apresenta aromas vibrantes de framboesa, ervas, pimenta e especiarias, além de complexidade floral.
Além do mais, considerando uma uma boa vinificação, tem estrutura para um bom envelhecimento.
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